sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

"Primos" do CP-400 (Parte II): os Dragons

Dando continuidade à nossa série sobre computadores compatíveis com a linha TRS-80 Color, abordaremos hoje os equipamentos da família Dragon, produzidos inicialmente pela britânica DragonData. Embora não sejam 100% compatíveis com os CoCo1&2 norte-americanos (e, consequentemente, com o nosso CP-400), por problemas ligados à propriedade intelectual, não há como negar que pertenciam à mesma linha, adotando inclusive a mesmíssima linguagem BASIC (=ECB) da Microsoft. 




Na verdade, o Dragon era tão similar aos CoCo1&2 que boa parte dos programas compilados para uma máquina acabava funcionando na outra; já os programas em BASIC apresentavam problemas maiores devido a um proposital remapeamento do teclado em relação ao conjunto de caracteres. Fora isso, existiam inicialmente algumas poucas diferenças em relação às portas de entrada e saída, o que abordaremos oportunamente.


O primeiro modelo, lançado em agosto de 1982 (portanto, cerca de dois anos após o CoCo1), foi o Dragon-32, numeral este que indicava a quantidade de sua memória RAM, isto é, de 32K. Além de trazer um circuito adicional para tornar o processador de vídeo MC6847 compatível com o padrão PAL europeu (de 625 linhas, ao contrário do padrão NTSC americano, de 525 linhas), seu teclado era muito melhor que o de seu "primo" americano. Seu gabinete era bege e não possuía porta RS232.


Uma linha especial - o Dragon-32 Farmfax - chegou a ser produzida para auxiliar nas tarefas diárias dos fazendeiros (de maneira semelhante ao projeto Green Thumb americano, que apontamos no artigo anterior), permitindo conexão a serviços de videotexto.



Cerca de 1 ano depois, a DragonData lança seu modelo de 64K RAM - o Dragon-64 - que, em relação ao Dragon-32, possuía um gabine cinza-claro e uma porta serial RS232. Apesar disso, a DragonData permitia que usuários do Dragon-32 atualizassem suas máquinas para o novo modelo.


Ambas as máquinas fizeram muito sucesso no Reino Unido. De olho no mercado norte-americano, onde o Color Computer da Radio Shack também fazia muito sucesso, a DragonData inicialmente tentou entrar nesse mercado, mas posteriormente decidiu licenciar o Dragon-32 para a Tano norte-americana, que, ao que parece, chegou a oferecer máquinas com até 128K RAM, sob a simples denominação de Dragon.


O mesmo foi feito para o mercado da escandinávia, licenciando-se para a Finlux da Finlândia, que o vendia também com o nome simples de Dragon...


Apesar da ótima aceitação, a DragonData passava por forte crise financeira, sendo, então, incorporada pela GEC. Esta continuou produzindo o Dragon-64 com leves mudanças no gabinete.
Enquanto isso, em razão da então forte concorrência do mercado de microcomputadores domésticos, tentava-se desesperadamente ampliar os recursos do Dragon para atender novos mercados e usuários mais exigentes. Isto era também questão de sobrevivência para a empresa, bastante endividada... Entre os protótipos de novos modelos - que, infelizmente, nunca chegaram a ser lançados no mercado - estavam:


1. O Dragon Professional Alpha: com 64 ou 128K RAM, até duas unidades de disquetes de 3-1/2" embutidas, gerador de áudio de 3 canais e modem interno.


 2. O Dragon Professional Beta: com teclado destacável, dois processadores Motorola MC6809, 256K RAM (expansíveis a 768K), modem interno, 4 portas seriais, duas unidades de disquetes de 3-1/2" embutidas e  ainda possibilidade de conexão a uma unidade de disco rígido externa. Seu BASIC permitia o acesso a 16 cores.

Mas agora já era tarde demais para a GEC... A Tandy/Radio Shack chega a se interessar pelo Dragon, mas retira sua proposta ao verificar que o suporte técnico envolvido acabaria saindo caro demais para ser assumido...  Assim, os direitos são comprados, em agosto de 1984, pela espanhola EuroHard, que pouco depois lança o Dragon-200 (o qual nada mais era que um Dragon-64 com outro gabinete), abandonando de vez os projetos dos modelos Alpha e Beta, enquanto se preparava para lançar seu "Dragon MSX" (encerrando definitivamente a ligação entre as máquinas Dragon e a linha TRS-Color).

Prometeu-se ainda um "Dragon-200E", com cartão de 80 colunas; no entanto, parece que nunca chegou a ser produzido...

Nenhum comentário:

Postar um comentário