quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

"Primos" do CP-400 (Parte I): os Color's Computer's

Vistos os computadores nacionais compatíveis com o padrão TRS-Color, iniciaremos hoje algumas postagens dedicadas aos equipamentos estrangeiros, começando por aquele que foi a "origem" desse padrão.




Em 1977, a empresa norte-americana Tandy, criadora do padrão TRS-80, foi convidada a participar de um projeto do Governo para a área de agricultura, que seria administrado pela Universidade de Kentucky e usaria processadores da Motorola. O projeto denominado "Green Thumb" foi então conduzido por Jerry Heep, que posteriormente criou o chip "SAM", adotado pelo Videotex e pelo Color Computer.

Repare nas disposição das teclas do terminal Green Thumb acima: é a mesma adotada pelo futuro CoCo2. A previsão era de que 250 terminais destes seriam distribuídos aos fazendeiros para que pudessem acessar dados de condições do tempo.


Passado algum tempo, a Tandy resolve oferecer um novo terminal de acesso a dados remotos: o Videotex. Também este projeto contou com a participação de Jerry Heep e contava com modelos de 4K e 16K; tal equipamento se assemelhava muito a um Color Computer 1, possuindo, porém, um led de dados ("data") no topo superior direito do gabinete.


Passar de um terminal de Videotex[to] para um computador não foi certamente uma tarefa muito difícil. Eis que surge então, em 1980, o Color Computer [1], que começou com versões de 4K e 16K (tal como o Videotex), mas que também conheceu modelos de 32K e 64K (uma plaquinha informando a quantidade de memória era inicialmente estrategicamente colocada onde o terminal Videotex apresentava o led de "data"). No começo, seu gabinete era na cor grafite com teclas separadas; depois, o furo do led foi removido e a placa identificadora centralizada; por fim, o gabinete passou para branco com teclado "derretido").


O avanço da tecnologia permitiu que a Tandy/Radio Shack reduzisse o tamanho da placa-mãe do seu Color Computer. Com isso, em 1983, surge o Color Computer 2, reduzindo o gabinete, mas mantendo o seu teclado "derretido"; nos anos seguintes, o CoCo2 passa por poucas melhorias, entre elas um teclado melhor, "profissional". Os últimos modelos tiveram sua placa de identificação foi alterada, de "Radio Shack TRS-80 Color Computer 2" para "Tandy Color Computer 2" e o quadrinho vermelho, verde e azul substituído pelo paralelogramo vermelho, verde e azul. O nosso CP-400, em seus dois modelos, é compatível com o CoCo2.


Verdadeiro avanço tecnológico para o usuário final representou o lançamento do Color Computer 3, visando competir com o Amiga e o Atari ST: RAM de 128K, expansível até 512K; novo layout de teclado, acrescentando as teclas CTRL, ALT, F1 e F2; 64 cores; novos comandos BASIC; maior resolução gráfica etc. Infelizmente, nenhum fabricante nacional chegou a lançar um modelo compatível com o CoCo3, muito embora corressem boatos, no final da década de 1980, de que a Prológica fabricaria um CP-400 III.

Além dessas máquinas, devemos ainda recordar outras duas:


O TDP-100, desenvolvido pela Tandy Data Products (TDP), que nada mais era que um CoCo1 acomodado em um gabinete bege, para ser comercializado por outras redes de distribuição (e não pelas lojas Radio Shack). Seu gabinete possuía ranhuras de ventilação no topo ao invés de ser nas laterais, como nos CoCo1 (tal característica será posteriormente adotada para os CoCo2 e CoCo3).


Por fim, o pequenino MC-10, lançado em 1983 como um computador de baixíssimo custo, com vistas aos iniciantes de computação. Empregava o processador Motorola MC6803 ao contrário do MC6809, mais avançado, usado pelos Color's Computer's. Em razão disso, seu conjunto de instruções BASIC era também bem mais limitado. No Brasil, somente a Sysdata lançou um modelo compatível com esta máquina: o TColor.


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Quer saber mais sobre esses Computadores? Acesse os seguintes verbetes na Wikipedia:

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